Você está visualizando atualmente Leituras de 2023 – Recomendações de livros e quadrinhos

Leituras de 2023 – Recomendações de livros e quadrinhos

  • Last modified: 21 de janeiro de 2024
  • Reading time: 22 mins
  • Read in English

Mais um ano terminando, mais uma lista das principais coisas que li. Com certeza tem alguma coisa que você vai gostar aqui!

Esse ano registrei as leituras no Goodreads mais uma vez, e também abandonei o Skoob por ser lento demais.

Meu perfil no Goodreads. Me adiciona lá!

Também vale a pena dar uma olhada no post com as leituras e recomendações de livros e quadrinhos de 2022. O primeiro da lista realmente mudou a minha forma de ver Engenharia de Software.

Como as democracias morrem – Steven Levitsky e Daniel Ziblatt

O livro fala das origens e consequências da polarização na política americana e dos problemas da era Trump.

É impossível ler o livro e seus vários exemplos e não fazer um paralelo com a política brasileira. Talvez um pouco deprimente, mas com certeza é uma das minhas indicações de leitura desse ano.

Um trecho interessante:

Nós devemos nos preocupar quando políticos: 1) rejeitam, em palavras ou ações, as regras democráticas do jogo; 2) negam a legitimidade de oponentes; 3) toleram e encorajam a violência; e 4) dão indicações de disposição para restringir liberdades civis de oponentes, inclusive a mídia.

Isto não é um Cachimbo – Michel Foucault

Esse livro é uma excelente oportunidade para conhecer tanto Foucault quanto a (maravilhosa) obra de René Magritte.

Tive que ler com o celular por perto para pesquisar sobre os quadros, uma vez que Foucault não se atem só ao quadro do cachimbo, mas muitos outros.

O livro é muito provocativo e requer bastante do leitor. Cada frase está lá por um motivo, por isso recomendo parar e voltar quando algo não fizer muito sentido.

Christophe Chabouté

Esse ano conheci Christophe Chabouté, um autor FANTÁSTICO de Graphic Novels (nome chique para “quadrinhos”). Indicação do também fantástico Mateus Dukevicz.

São enredos adultos e uma excelente porta de entrada para essa outra forma de contar histórias. Lembram que eu falei de Maus ano passado? Então, mesma coisa.

A Tânia, que nem é muito fã de graphic novels, curtiu todos!

Purgatório

Dos quatro livros que li, é um dos melhores.

Embora o livro fale de vida após a morte e não necessariamente se alinhe com o que eu acredito (se é que acredito em alguma coisa), o livro dá muito o que pensar.

Dá uma pena danada do protagonista, mas de novo, é uma história adulta e faz lembrar que a vida é difícil assim mesmo. Apesar disso o tom da história é leve e bem-humorado. Nota 10/10.

A sorte parecia sorrir para Benjamin Tartouche, até que um incêndio lhe toma a casa e traz consigo uma avalanche de infortúnios. De repente, sua “vida perfeita” desmorona e ele se vê na rua, sem família ou amigos, transformado em mais uma das tantas pessoas invisíveis que existem à margem da sociedade. Mas, como dizem por aí, tudo que é ruim sempre pode piorar, e, para fechar sua maré de azar com “chave de ouro”, o coitado acaba morrendo em um acidente. Mesmo assim, seus problemas ainda estão longe de terminar, pois uma importante missão é passada para sua alma durante a passagem pelo PURGATÓRIO.

Solitário

Talvez tão bom quanto o Purgatório, ou um segundo lugar bem perto.

Gosto de muita coisa nessa obra, mas o mais legal é pensar como cada um de nós é o resultado das experiências que tivemos. Como seria para alguém que não teve experiência nenhuma?

Em um pequeno farol numa ilhota afastada do resto do mundo, um eremita experimenta uma vida rodeada de solidão. Morador do lugar desde que nasceu, há 50 anos, a rocha é seu navio de granito; uma embarcação imóvel e segura que não o leva a lugar algum e que jamais chegará a nenhum porto… Afinal, por que sair dali, se o mundo além desse horizonte é tão assustador? Para onde fugir quando não há lugar para ir?

Henri Désiré Landru

Excelente para quem gosta de histórias de assassinatos. Não gera tantas reflexões quanto os outros, mas ainda assim muito interessante.

Baseado na história real de Henri Désiré Landru, um serial killer francês do início do século XX, o livro tem tantas reviravoltas interessantes que é difícil parar de virar as páginas até terminar.

Após seduzir e ganhar a confiança de viúvas de soldados mortos na guerra, ele as assassinava para ficar com todo o seu dinheiro e pertences. Landru atuou por anos sem ser pego pela polícia e tornou-se o assunto mais comentado pela imprensa da época.

Museu

Talvez o menos interessante desses todos, o livro tem várias histórias muito boas, mas sem muita conexão entre elas.

A ideia é mais ou menos a do filme “Uma noite no museu”: como as obras de arte se comportam quando ninguém está olhando.

Que emoções e sentimentos essas obras de arte podem aprender com os seres humanos e quais podem nos ensinar? Com sua costumeira sensibilidade e um olhar diferenciado sobre o mundo que vivemos, Chabouté entrega muito mais do que uma obra sobre arte ou sobre o cotidiano de um museu. Trata-se de um trabalho de descobertas e reflexões; da finitude da vida e da longevidade da carreira de um artista; do papel fundamental da preservação da memória nos conturbados tempos modernos e da compreensão da mesma. Em Museu, nos tornamos testemunhas, espectadores e aprendizes da arte maravilhosa que é viver, sob a tutela dos mais improváveis professores.

As Crônicas de Artur – Bernard Cornwell

Assisti à série O Último Reino, mas não tinha lido nada do Bernard Cornwell ainda. Na verdade, tinha tentado e não tinha gostado.

A Tânia leu a série da Busca do Graal ano passado e me disse para tentar de novo. Esse ano dei outra chance e não me arrependi nem um pouco.

Os três livros se mantêm interessantes até o fim, os personagens têm profundidade e a abordagem da magia é excelente, sempre na linha tênue do “não existe, mas será que…?”

Narrada por Derfel, um soldado que cresce dentro do exército até se tornar o melhor amigo e conselheiro de Artur, a trilogia conta uma história mais fiel do personagem, sem os exageros míticos de outras obras. Artur, na verdade, nunca foi rei. Era, sim, o filho bastardo do rei Uther, que se transformou no principal líder militar britânico no século V. Em uma Britânia conturbada, habitada por cristãos e druidas, dividida entre diferentes senhores feudais e ameaçada pela invasão dos saxões, Artur emerge como um poderoso e corajoso guerreiro capaz de inspirar lealdade e unir o país. Uma personalidade complexa, impelida por honra, dever e paixão.

Roubo de Espadas – Michael J. Sullivan

Gosto muito de fantasia medieval. Nessa série (estou lendo o segundo livro agora) achamos uma leitura boa para os três membros da família. Recomendo demais!

Esse é daqueles livros em que tudo está na medida certa: os personagens são interessantes, o ritmo é muito bom, bem-humorado e a história prende do início ao fim. É daqueles que a gente quer achar mais tempo para ler durante o dia.

Alguns personagens dão um pouco de ranço, mas o desenvolvimento da princesa Arista no segundo livro é digno de nota.

Nota 10/10.

Os habilidosos ladrões Royce Melborn e Hadrian Blackwater construíram sua fama nos reinos sob o nome de Riyria ao realizar façanhas inimagináveis. Porém, ao concordar em roubar uma famosa espada do interior de um castelo, os dois se envolvem numa trama repleta de armadilhas, seres fantásticos, conspirações políticas, magia e, sobretudo, perigosas reviravoltas.

A Lenda de Musashi – Mamoru Sasaki e Goseki Kojima

Não conheço nada de história do Japão e confesso que não lembro de ter ouvido falar de Musashi antes de ler o mangá.

A história é bem interessante, mas o mangá em si não é excepcional. Dê uma boa olhada para ter certeza antes de comprar.

A lenda de Miyamoto Musashi (1584 – 1645), o espadachim que combinava força, técnica e astúcia para conquistar o título de invencível, criador do estilo de luta com duas espadas, já foi contada e recontada em romances, novelas, peças de teatro, filmes e mangás. Muito se fala do período de sua vida que vai da juventude até o auge no duelo contra Sasaki Kojiro, outro mestre da esgrima… Contudo, como foi a vida de Musashi após os feitos tão memoráveis dessa época? Quais experiências, dúvidas e angústias o transformaram para que cultivasse a sabedoria e serenidade com as quais escreveu o Livro dos Cinco Elementos no ocaso de sua vida?

A Parábola do Semeador – Octavia E. Butler

Sempre que posso leio livros com protagonistas femininas fortes e A Parábola do Semeador é um desses. E não, não é um livro religioso, embora fale de uma religião fictícia.

Uma das coisas interessantes do livro é a doença de Lauren: um nível de empatia tão grande que compartilha a dor física. Outra é como ela encara a sua relação com Deus, espalhada em trechos por todo o livro, como nesse aqui:

Meu Deus não me ama, não me odeia, nem me observa e me conhece, e eu não sinto amor nem lealdade por meu Deus. Meu Deus simplesmente é.

Embora tenha sido um ótimo livro, li a sinopse do segundo e não me interessou.

Segue a sinopse do A Parábola do Semeador:

Quando uma crise ambiental e econômica leva ao caos social, nem mesmo as cidades muradas estão seguras. Em uma noite de fogo e morte, Lauren Olamina, a jovem filha de um pastor, perde sua família, seu lar e se aventura pelas terras americanas desprotegidas. Mas o que começa como uma fuga pela sobrevivência acaba levando a algo muito maior: uma visão estonteante do destino humano.

E ao nascimento de uma nova fé.

A Quinta Estação – N. K. Jemisin

Outro livro com uma protagonista feminina forte. Embora as metáforas entre os orogenes, minorias oprimidas e sua capacidade de virar o jogo seja bem legal, a dinâmica do mundo (e do livro) não me convenceram.

Dizem que o segundo livro muda muita coisa, mas, embora não me arrependa de ter lido, não me prendeu a ponto de ler os outros.

Três coisas terríveis acontecem em um único dia: Essun volta para casa e descobre que seu marido assassinou brutalmente o próprio filho e sequestrou sua filha. Sanze, o poderoso império cujas inovações têm sido o fundamento da civilização por mais de mil anos, colapsa frente à destruição de sua maior cidade pelas mãos de um homem louco e vingativo. E, no coração do único continente, uma grande fenda vermelha foi aberta e expele cinzas capazes de escurecer o céu e apagar o sol por anos. Ou séculos.

Mas esta é a Quietude, lugar há muito acostumado à catástrofe, onde os orogenes – aqueles que empunham o poder da terra como uma arma – são mais temidos do que a longa e fria noite. E onde não há compaixão.

In the Tall Grass – Stephen King e Joe Hill

Eu juro que tento gostar do Stephen King, mas não foi dessa vez.

O livro, que é bem curto, conta a história de um casal de irmãos que se perdem num capinzal. Por mais que tentem, não conseguem se encontrar, um negócio bem maluco que é só nota 7: passa de ano, mas não empolga.

Acho que não foi traduzido em português ainda, mas pelo que pesquisei saiu uma adaptação na Netflix chamada Campo do Medo.

Copra: Round Um – Michel Fiffe

Na boa, não consigo recomendar Copra pra ninguém.

Pra mim foi só um Esquadrão Suicida sem inspiração, com uma leitura arrastada. Ainda li o Round Dois, mas fui a nocaute (hein, hein) antes do Três.

Se você realmente ama quadrinhos, gosta demais de grupo de renegados, curte magia, e alguém muito querido te disse que essa série é para você, eu ainda recomendo que você folheie antes de comprar.


Bom, essa foi a minha lista de livros e quadrinhos. E você, o que leu e o que recomenda? Deixa aqui nos comentários e não esquece de me adicionar lá no Goodreads, sempre aceito recomendações de leitura!

Deixe um comentário

Este site é protegido por reCAPTCHA e pelo Googlepolítica de Privacidade eTermos de serviço aplicar.